Montenegro questiona sentido institucional de Costa e critica “amuo”
Declarações do presidente do PSD em Elvas, no distrito de Portalegre. Montenegro defendeu também a criação de uma lei de finanças para o setor social.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu esta quarta-feira que Portugal precisa de um primeiro-ministro com sentido institucional, reforçando as críticas ao que considerou “um amuo” de António Costa no Conselho de Estado.
“Portugal precisa de um novo governo e de um primeiro-ministro com outro sentido institucional, com outro sentido de ação política, menos concentrado na conversa, menos doutorado em conversa e muito mais empenhado em concretizações”, disse, à margem de uma visita à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Elvas, no distrito de Portalegre.
Retomando uma crítica que já havia feito na noite anterior, em Portalegre, Luís Montenegro, referiu-se à conduta de António Costa na reunião de Conselho de Estado que decorreu na terça-feira, considerando que constitui um “claro afrontamento”, com o objetivo de criar um “conflito institucional” com o Presidente da República.
“Eu quero expressar a minha preocupação pela forma como o primeiro-ministro encara, em primeiro lugar, as responsabilidades que lhe competem no contexto do Conselho de Estado em termos de explicação daquilo que são as ações ou omissões da ação governativa”, disse.
Em declarações aos jornalistas, o presidente do PSD considerou que o primeiro-ministro “tem todo o direito de gostar mais ou menos das ações do Presidente” e que isso “faz parte das regras do jogo” porque “cada um tem as suas competências, cada um tem as suas funções”.
“Agora, numa altura em que o senhor Presidente da República decidiu não promulgar um pacote legislativo [habitação], fundamentando a sua decisão, um primeiro-ministro responda com o amuo de ficar em silêncio numa reunião do Conselho de Estado…”, lamentou.
Para o líder do PSD esta situação “é um mau sintoma”, face ao país exige dos políticos e dos titulares dos órgãos de soberania.
Em Elvas, Luís Montenegro defendeu ainda a criação de uma lei de finanças para o setor social.
Portalegre é o 13.º distrito escolhido pelo presidente do PSD, na sequência do compromisso que assumiu no 40.º Congresso de passar uma semana por mês nos diferentes distritos de Portugal.
Luís Montenegro está desde domingo a percorrer os 15 concelhos que compõem aquele distrito do Alto Alentejo, terminando hoje esse périplo, em Portalegre.