Ministro da Defesa ucraniano diz que Grupo Wagner está “desfeito”
“Não existe mais, a rigor, um Grupo Wagner, enquanto conjunto sério, como era há um ano. Estão desfeitos”, afirmou Reznikov, em entrevista ao semanário alemão Welt am Sonntag, acrescentando que Vladimir Putin ficou mais fraco.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, considerou que o Grupo Wagner está “desfeito”, após a morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin, num desastre aéreo na Rússia.
“Não existe mais, a rigor, um Grupo Wagner, enquanto conjunto sério, como era há um ano. Estão desfeitos”, afirmou Reznikov, em entrevista ao semanário alemão Welt am Sonntag a divulgar no domingo.
Segundo o ministro ucraniano, o alegado desaparecimento de Prigozhin enfraqueceu o presidente russo, Vladimir Putin.
“Porque mostrou ao mundo que se Putin fizer um acordo com alguém e depois o quebrar, então não será mais confiável”, acrescentou Reznikov, de acordo com trechos da entrevista divulgados antecipadamente.
Desde a presumível morte de Prigozhin num desastre aéreo na quarta-feira, com outros membros da liderança do grupo Wagner, tem havido especulação sobre o possível envolvimento do Kremlin na queda do jato privado que fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo com dez pessoas a bordo.
Estas alegações foram negadas pelo porta-voz do presidente russo, que as considerou “uma mentira absoluta”.
Vladimir Putin classificou de “traidor” Prigozhin, que conhecia desde a década de 1990, por causa da sua tentativa de rebelião armada de 23 e 24 de junho contra as lideranças militares russas, mas o empresário foi posteriormente recebido no Kremlin.
O motim foi travado por mediação de Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia, para onde parte do Grupo Wagner se transferiu.
Outra parte terá incorporado o exército regular russo ou outras empresas paramilitares leais ao Kremlin.
Na quinta-feira, Vladimir Putin enviou condolências às pessoas próximas das vítimas do desastre aéreo e prometeu uma investigação “até ao fim”.
Putin assinou hoje um decreto obrigando membros de organizações paramilitares a prestar juramento à Rússia, tal como sucede com soldados do Exército regular, dois dias após a presumível morte do líder do Grupo Wagner.
Nos termos do decreto publicado na página eletrónica do Governo, os elementos de grupos paramilitares devem jurar “fidelidade” e “lealdade” à Rússia e “seguir rigorosamente as ordens dos seus comandantes e superiores”.
Os mercenários também se comprometem a “respeitar de forma sagrada a Constituição Russa”, a “desempenhar conscientemente as tarefas que lhes foram confiadas” e a “defender corajosamente a independência e a ordem constitucional” do país.
O decreto abrange pessoas alistadas como combatentes voluntários, as que “contribuem para a execução das tarefas atribuídas às Forças Armadas russas” e outros “órgãos e formações militares”, incluindo as forças de defesa territorial formadas durante o conflito na Ucrânia.
A atividade mercenária fica proibida por lei na Rússia, mas serão toleradas as atividades de “empresas militares privadas” que oferecem oficialmente serviços relacionados com segurança, sendo que o Grupo Wagner é o mais importante e mais reconhecido.