Miguel Albuquerque defende que saúde devia deixar de ser “arma de arremesso político”
Presidente do governo regional da Madeira defendeu que o discurso político não devia “vilipendiar um serviço que toda a gente sabe que, não sendo perfeito, tem, de facto, uma capacidade de resposta e uma capacidade de trabalho e de cuidar dos madeirenses e porto-santenses que é única e singular”.
Miguel Albuquerque defendeu hoje que o Serviço Regional de Saúde devia deixar de ser utilizado como “arma de arremesso político” para “jogos conjunturais partidários”, defendendo que os seus desafios são sérios.
“Eu penso que é importante tentar retirar o Serviço Regional de Saúde, não sei se isso será possível, de uma situação que é muito desagradável, que é o Serviço Regional de Saúde ser utilizado como arma de arremesso político para jogos conjunturais partidários”, declarou o presidente do governo regional da Madeira, durante a cerimónia de comemoração do 50.º aniversário do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
Miguel Albuquerque reconheceu que “as questões e os desafios do Serviço Regional de saúde são sérios”, mas defendeu que o discurso político não devia “vilipendiar um serviço que toda a gente sabe que, não sendo perfeito, tem, de facto, uma capacidade de resposta e uma capacidade de trabalho e de cuidar dos madeirenses e porto-santenses que é única e singular”.
“E, por isso, acho que é muito importante tentar moderar ou racionalizar o discurso e não exacerbar esse discurso no sentido de cairmos numa demagogia tacanha e canastra que não leva a sítio nenhum”, reforçou.
O chefe do executivo insular, de coligação PSD-CDS, apontou, por outro lado, que “o grande desafio” que se impõe aos serviços nacionais e regionais de saúde é que “não percam a corrida relativamente à evolução da medicina”.
“O que se está a passar neste momento é uma revolução tecnológica onde a computação quântica, a inteligência artificial e a robótica vão tomar a dianteira, aliás, já estão a tomar a dianteira, e isso vai levar a que o crescimento dos investimentos nestas tecnologias seja exponencial”, referiu Miguel Albuquerque.
Nesse sentido, realçou, “ou os serviços regionais e nacionais de saúde acompanham esta evolução e fazem investimentos e formação maciça” nesta área ou, caso contrário, não terão “hipótese de competir com sistemas privados e vai haver uma fratura e uma dualidade”.
O presidente do Governo Regional sublinhou ainda a importância da construção do novo Hospital Central e Universitário da Madeira, que permitirá ter “áreas de investigação de ponta” e de “cooperação nacional e internacional” que permitirá à região “não perder a corrida”.
Na cerimónia de hoje foram homenageados médicos, enfermeiros e outros profissionais do Serviço Regional de Saúde da Madeira, entre os quais os técnicos informáticos que estão a trabalhar para minimizar os danos causados pelo ataque informático de que o serviço foi alvo há cerca de um mês.