Marcelo sobre demissão de Alexandra Reis: “É preciso aumentar o grau de exigência”

“Estamos perante uma situação que era desconhecida do Presidente da República, do primeiro-ministro e dos ministros em questão. De futuro, teremos que retirar a lição de que quem quer assumir funções políticas estão sujeitos a um escrutínio sobre a sua vida passada. O caminho é aumentar o grau de exigência”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou esta quarta-feira e pela primeira vez a demissão de Alexandra Reis do cargo de secretária de Estado do Tesouro, sublinhando que existe a necessidade de aumentar o grau de exigência face aos titulares de cargos públicos.

Em declarações aos jornalistas, o Presidente da República procurou desdramatizar a oitava demissão de um governante em oito meses do executivo de maioria absoluta liderado por António Costa.

“Estamos perante uma situação que era desconhecida do Presidente da República, do primeiro-ministro e dos ministros em questão. De futuro, teremos que retirar a lição de que quem quer assumir funções políticas estão sujeitos a um escrutínio sobre a sua vida passada. O caminho é aumentar o grau de exigência”, referiu.

Sobre o estatuto do gestor público, fundamental para perceber o cálculo do valor da indemnização atribuída a Alexandra Reis no momento em que deixou a TAP para ir para a NAV, Marcelo admite que essa “é uma discussão que ainda vai azo a investigações” e que neste caso “houve uma interpretação sobre o estatuto do gestor público que no caso da TAP o diploma exclui a aplicação em relação às remunerações”.

Instado a comentar a participação da sociedade de advogados de Pedro Rebelo de Sousa, irmão do Presidente da República, em todo este processo, Marcelo referiu que “uma coisa é o Presidente da República e outra é a família do Presidente” e que “este foi um bom exemplo disso”. “Dei a minha posição várias vezes antes sequer de saber que esta matéria estava a ser tratada por um dos advogados do escritório onde o meu irmão exerceu funções. Admito que a minha posição seja oposta à deste escritório”, concluiu.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu na terça-feira a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros da TAP.