Mais 134 trabalhadores temporários foram despedidos da Autoeuropa

Os 134 trabalhadores agora despedidos pela Rangel e pela Novacoat juntam-se aos cerca de 100 trabalhadores temporários que já tinham sido despedidos pela Autoeuropa e a mais 200 que também foram despedidos de outras empresas do parque industrial.

Duas empresas do parque industrial da Autoeuropa confirmaram o despedimento de mais 134 trabalhadores temporários devido à paragem de produção na fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, revelou hoje a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores.

“Lamentavelmente, a Rangel [logística] decidiu despedir 94 trabalhadores temporários a partir do dia 15 de setembro. Também a empresa Novacoat [tratamento de superfícies e pintura para a indústria automóvel] decidiu despedir 40 trabalhadores temporários, pelo que, neste momento, já temos quase 500 trabalhadores despedidos”, disse à agência Lusa Daniel Bernardino, coordenador das Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa.

Os 134 trabalhadores agora despedidos pela Rangel e pela Novacoat juntam-se aos cerca de 100 trabalhadores temporários que já tinham sido despedidos pela Autoeuropa e a mais 200 que também foram despedidos de outras empresas do parque industrial, algumas muito dependentes da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal.

O despedimento de mais 134 trabalhadores temporários ocorre no dia em que o Governo reúne com a coordenadora das Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa.

Em declarações à agência Lusa na segunda-feira, o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, anunciou que o Governo iria receber hoje os representantes dos trabalhadores do parque industrial, numa reunião com a ministra do Trabalho e com o secretário de Estado da Economia.

Miguel Fontes garantiu também que o Governo está a trabalhar em diversas soluções para minimizar o impacto, para trabalhadores e empresas fornecedoras, da paragem de produção de nove semanas na Autoeuropa.

“Já temos um conjunto de iniciativas previstas para responder às diferentes situações, seja mobilizando instrumentos de formação profissional, a que os trabalhadores possam, por via das empresas, recorrer enquanto esta paragem estiver a acontecer, seja facilitando as prestações sociais a que porventura tenham direito, para que possam ser processadas da forma mais ágil possível”, disse.

Segundo Miguel Fontes, o Governo tem estado a inteirar-se do impacto que a paragem de produção terá, não apenas nas 19 empresas do parque industrial, mas também em outras 86 empresas fornecedoras da fábrica da Volkswagen em Palmela.

A Autoeuropa foi forçada a uma paragem de produção de nove semanas devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia, que foi fortemente afetado pelas cheias que ocorreram naquele país no passado mês de agosto.

A paragem de produção na Autoeuropa, de acordo com os números avançados pela coordenadora das Comissões de Trabalhadores, já terá levado, até agora, ao despedimento de 434 trabalhadores temporários na Autoeuropa e nas empresas fornecedoras sediadas no parque industrial adjacente à fábrica de Palmela.