Têm sido muito auspiciosos estes primeiros meses da governação Novos Tempos/Carlos Moedas. Nota-se uma grande vontade de fazer as coisas de uma forma diferente, de ouvir os lisboetas e com eles construir uma Lisboa nova e mais humana. O lado humano tem mesmo sido uma das marcas mais evidentes deste mandato. A proximidade e empatia do presidente da câmara marcam um profundo contraste com a liderança anterior. Mas, se o lado humano é importante, não menos importante é a dinâmica da mudança. Há um desejo real de cumprir as promessas eleitorais. Governados a nível nacional pelo Partido Socialista, estamos habituados a que essas promessas sejam meros desejos que nunca se concretizam. Deixou de ser assim em Lisboa.

Há medidas que poderiam ser tomadas no decorrer do mandato mas que esta vereação lisboeta faz questão de concretizar já. Sente-se que há a vontade de ultrapassar o que foi prometido para se ir mais além, desenvolvendo novas propostas que surpreenderão os lisboetas. Afinal, Lisboa pode ser muito mais do que imaginamos e a câmara começa a ser o motor dessa nova ambição que a todos beneficiará.

Destacam-se já, nestes curtos meses da nova presidência, a aprovação da isenção de pagamento nos transportes públicos para os mais novos, bem como para os mais idosos. Esta é uma medida corajosa que pavimenta o caminho para uma cada vez menor necessidade de utilização dos transportes privados. A oposição que se manifesta na opinião publicada tem tentado fazer de Carlos Moedas um demónio cuja única intenção é defender a utilização dos carros particulares. Mas, com medidas como os transportes públicos gratuitos, percebe-se quem tem verdadeiramente o ambiente e a sustentabilidade como objectivos reais. Muitas outras medidas poderiam ser apontadas, mas a principal mudança não é tanto de forma como, sim, de estilo. Há um desempoeiramento na nova Câmara de Lisboa que é percepcionado por muitos. Um convite ao diálogo, uma abertura às novas ideias e uma maior proximidade com os lisboetas. Menos propaganda e mais execução de propostas. Tudo isto tem sido feito contra uma maioria de oposição que se tem esforçado por bloquear o normal funcionamento democrático de quem foi eleito. Deve haver um grande incómodo na oposição lisboeta, pois sabem que o tempo corre a favor de Carlos Moedas. Se nestes poucos meses já se fez tanto, nos anos seguintes muito mais será feito, o que coloca a oposição numa situação incómoda de ter de inventar problemas e falsas questões para poder fazer algum barulho. A falsa questão da Almirante Reis é paradigmática desse desespero oposicionista. Os lisboetas condenaram a actual ciclovia e qualquer nova solução deve ser bem pensada e melhor executada. Nesta questão se verá que a actual câmara não é inimiga das bicicletas, mas sim amiga do bom senso.

Muitos problemas ainda há para resolver. O imobilismo e os clientelismos da anterior governação não se resolvem em seis meses. Mas sente-se essa vontade de ter mente aberta na procura de novas soluções. E, principalmente, sente-se que há uma visão para a cidade como centro de inovação e qualidade de vida. Saímos de uma visão redutora para uma visão mais cosmopolita e inovadora.

Mas, para mim, o principal destaque nesta nova governação municipal é o próprio Carlos Moedas. Acredito que a maioria dos lisboetas têm cada vez mais uma boa impressão do nosso presidente da câmara, não só pelas suas qualidades pessoais, mas também porque se sentem mais bem representados. Acredito que até mesmo este jornal onde escrevo o reconhecerá, não esquecendo que este foi o semanário que quase detonou a campanha Novos Tempos na sua fase inicial. Felizmente, o tempo e os lisboetas tinham uma outra ideia sobre essa candidatura, que acabou vitoriosa.