Kiev confirma entrada em cidade no sul ocupada por russos
Depois de serem forçadas a deixar a cidade, explicou a vice-ministra da Defesa ucraniana, as forças russas estão a usar peças de artilharia contra a cidade e a 47.ª Brigada está a retirar os civis restantes da área.
O exército ucraniano confirmou hoje a entrada das suas tropas em Robotyne, na província de Zaporijia, após avanços nos últimos dias junto desta cidade no sul do país, ocupada até agora pelas forças russas.
“Os nossos combatentes estão na cidade de Robotyne”, escreveu no Telegram o brigadeiro-general Oleksandr Tarnavski, comandante do grupo operacional estratégico das forças ucranianas encarregado da área sudeste da frente. A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, também informou no Telegram a entrada hoje em Robotyne da 47.ª Brigada do Exército Ucraniano.
Depois de serem forçadas a deixar a cidade, explicou Maliar, as forças russas estão a usar peças de artilharia contra a cidade e a 47.ª Brigada está a retirar os civis restantes da área.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), instituição privada norte-americana que acompanha o curso do conflito, confirmou esta manhã, através de imagens geolocalizadas, que as tropas ucranianas chegaram ao centro de Robotyne.
A cidade está localizada num dos três segmentos da frente da contraofensiva que decorre desde o início de junho.
A Rússia afirmou hoje, por sua vez, que repeliu uma nova incursão armada da Ucrânia na região fronteiriça de Bryansk, mas não forneceu qualquer informação sobre baixas nos combates.
“Graças às ações coordenadas e heróicas dos guardas de fronteira do FSB da região de Bryansk, do Ministério da Defesa e de unidades especiais da Guarda Nacional da região de Bryansk, o ataque foi repelido”, afirmou no Telegram o governador regional, Alexandre Bogomaz.
As regiões fronteiriças russas foram alvo em diversas ocasiões de incursões, geralmente reivindicadas por unidades de combatentes que se afirmam russos opositores do Kremlin e com base na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, as forças russas continuam a bombardear cidades ucranianas e hoje pelo menos uma pessoa foi morta e outra ficou ferida após novos ataques das forças russas à cidade de Komishani, em Kherson.
Por sua vez, em Kharkiv, o governador Oleg Sinegubov sublinhou que as forças ucranianas repeliram mais ataques das tropas russas que têm ocorrido continuamente nos últimos dias na direção de Kupiansk.
“As nossas Forças Armadas não perderam uma única povoação na região de Kharkiv”, sublinhou Sinegubov, em declarações à televisão estatal, segundo a agência de notícias Ukrinform.
“Todas as tentativas dos russos de atacar as nossas posições foram duramente repelidas, eles sofreram perdas significativas e retornaram às suas posições anteriores”, indicou o governador.
A par destes desenvolvimentos, sabotadores ucranianos coordenados pelos serviços de informações militares de Kiev realizaram dois ataques recentes de drones que atingiram aviões bombardeiros estacionados em bases aéreas no interior da Rússia, segundo órgãos de media da Ucrânia.
Os órgãos ucranianos atribuíram dois ataques aos sabotadores: um ataque no sábado à base aérea de Soltsy, na região de Novgorod, no noroeste da Rússia, a cerca de 700 quilómetros a norte da fronteira ucraniana; e o ataque na segunda-feira contra a base aérea de Shaikovka, no sudoeste de Kaluga, região que fica a cerca de 300 quilómetros a nordeste da fronteira com a Ucrânia.
O porta-voz dos serviços de informações militares ucranianos, Andriy Yusov, disse, na segunda-feira, ao canal de notícias ucraniano LIGA.net, que pelo menos um avião de guerra russo foi danificado no ataque a Shaikovka.
Yusov afirmou que a operação foi realizada por pessoas que trabalharam em estreita coordenação com a secreta militar ucraniana. O Ministério da Defesa russo disse que o ataque a Soltsy danificou uma aeronave, sem mais comentários.
Imagens de satélite do Planet Labs PBC analisadas pela Associated Press mostraram o que pareciam ser 10 bombardeiros de longo alcance Tupolev Tu-22M estacionados na placa da base aérea de Soltsy, a 16 de agosto.
Dois dias depois, os bombardeiros tinham deixado a base aérea e uma grande mancha preta era visível numa das placas onde um dos Tupolevs estivera estacionado.
Fotos supostamente tiradas da base aérea de Soltsy e publicadas por media russos e ucranianos mostraram um bombardeiro russo Tu-22M em chamas após o ataque.