Ex-deputado da UNITA defende “pacto de regime”

Mfuca Muzemba, líder do projeto Esperança, considera que Angola está a atravessar um momento difícil que exige que as forças vivas da nação cheguem a acordo para ultrapassar as dificuldades.

O coordenador do projeto político Esperança defendeu hoje, em Luanda, um “pacto de regime”, por considerar que Angola está numa “fase difícil” que requer maior diálogo entre as forças vivas da nação.

Mfuca Muzemba falava hoje num encontro com jornalistas, no denominado espaço “Café com País”, em Luanda, no qual afirmou que o tempo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) no poder “acabou” e defendeu a importância de todos se sentarem à mesma mesa e falarem “a mesma linguagem sobre o país”.

O ex-deputado da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) e antigo líder do braço juvenil deste partido afirmou, por outro lado, que a proposta de destituição do Presidente de Angola, João Lourenço, feita pela UNITA, pode causar “instabilidade política” e que os argumentos invocados “não colhem”.

O político considerou que, no atual contexto em que Angola vive, com uma crise económica e social, acrescentar uma crise política viria gerar maior instabilidade.

“As crises políticas em Angola têm consequências incalculáveis que podem gerar violência ou outro tipo de interpretações”, declarou.

Mfuca Muzemba afirmou, ainda, que a legalização do projeto político Esperança, fundado a 24 de junho de 2021 e que não reuniu “condições legais” para concorrer às eleições gerais de 2022, deve voltar a ser apreciada pelo Tribunal Constitucional, acreditando que o partido será reconhecido e irá crescer.

Negando que o Esperança surja para fazer oposição à oposição angolana, sobretudo à UNITA, afirmou que o projeto não surgiu para combater ninguém e que “a UNITA tem de se preparar com vozes contra também”.