Avante!: Raimundo aponta PCP “muito empenhado” nos desafios eleitorais

A ‘rentrée’ do partido decorre entre os dias 1 e 3 de setembro e esta é a primeira vez que Paulo Raimundo vai participar enquanto secretário-geral.

O secretário-geral do PCP disse esta terça-feira que o partido está “muito empenhado e com muita confiança” para as eleições regionais na Madeira e para as europeias do próximo ano e apelou à participação na Festa do Avante!.

“Estamos muito empenhados e com muita confiança nessas batalhas políticas”, afirmou Paulo Raimundo, no final de uma visita

O líder comunista visitou hoje o recinto da Festa do Avante!, no concelho de Seixal (distrito de Lisboa), tendo acompanhado a construção das estruturas pelos apoiantes e militantes.

A ‘rentrée’ do partido decorre entre os dias 1 e 3 de setembro e esta é a primeira vez que vai participar enquanto secretário-geral.

Paulo Raimundo indicou que o PCP tem “muita confiança” em relação às eleições de setembro na Madeira, estando os candidatos “muito empenhados, com muito contacto, iniciativa, trabalho extraordinário de ligação ao povo”.

Em relação às eleições europeias do próximo ano, ressalvou que estão “ainda longe”, mas destacou o “trabalho desenvolvido” pelo partido no Parlamento Europeu.

No entanto, o secretário-geral do PCP considerou que “aquilo que se vai colocar no dia 3 de setembro, logo a seguir à Festa, não são propriamente as batalhas eleitorais, é a batalha pela habitação, saúde, pelos salários, direitos, e contra esta injustiça e desigualdade”.

De acordo com o líder, o partido está “empenhadíssimo no sucesso da Festa”, que “é importante para o partido e para o povo, os trabalhadores, que aqui vão buscar energias para essa batalhar dura que têm de enfrentar”.

No discurso final, Paulo Raimundo prometeu dar o seu contributo para “afirmar o PCP, dar confiança aos trabalhadores e ao povo para enfrentar os verdadeiros desafios e conflitos que atravessam”.

Raimundo disse que a Festa do Avante! “está em construção”, tanto fisicamente no recinto, como “um pouco por todo o país”, com a divulgação do evento com o qual tem uma “ligação muito carinhosa”.

O líder salientou o “espírito de militância muito grande” nos dias que antecedem o evento, apontando existirem “milhares de militantes do PCP”, mas também “milhares de amigos que, não sendo do PCP, aqui vêm, dão o seu contributo e erguem esta cidade com as suas mãos”.

Paulo Raimundo antecipou que vão ser “três dias mágicos” e “de grande alegria”, além de “afirmação política e confiança no futuro, que não é muito risonho, mas certamente o povo terá condições de o alterar”.

E desafiou aqueles que “estão a decidir” se vão marcar presença, a participarem no Avante!.

Paulo Raimundo não quis dirigir-se aos que já foram, indicando que “sentem, sabem o que significa a Festa, o seu espírito, o programa político-cultural, o desporto, a forma de estar, a amizade”, considerando que “é fácil” repetirem a presença.

Por isso, dirigiu-se “àqueles que nunca vieram”, deixando um apelo: “Que venham e se deixem deslumbrar por este espaço, este ambiente, esta forma de estar, por esta alegria, esta determinação, por esta confiança, mas também pela cultura, os espetáculos, pelo melhor que o nosso povo tem”.

“São todos muito bem-vindos”, salientou.

Na altura, o secretário-geral do PCP foi questionado sobre o caso da morte do idoso de 93 anos que morreu no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, na sequência de alegadamente ter esperado seis horas para ser transferido para outra unidade, o que motivou a abertura de um inquérito com caráter de urgência por parte daquela unidade de saúde.

Paulo Raimundo lamentou esta morte e disse que é preciso “tentar perceber o que aconteceu efetivamente”.

O comunista apontou que “os problemas do SNS não são apenas técnicos ou de gestão”, tendo “implicação na vida de cada um”, e defendeu ser necessário “criar as condições e investir em meios e em profissionais, respeitando-os, valorizando-os, dando-lhes condições para trabalhar”.

Paulo Raimundo considerou que “não se pode dizer que o SNS não tem meios, não tem condições para valorizar os profissionais, para respeitá-los, aumentar salários, criar condições, porque não há dinheiro, e depois há dinheiro para transferir 40%, 6 mil milhões de euros, para o negócio privado da saúde”.