Com os seus muitos defeitos, José Sócrates era um governante com visão e vontade reformista. Durante os seus governos tentou-se uma modernização do país em várias áreas e são dos seus mandatos as últimas reformas a sério no funcionamento da administração pública. As lojas do Cidadão são um exemplo de um governo que tentou melhorar a relação das pessoas com o Estado e muitos outros haveria para mostrar em diversas áreas da economia, indústria, telecomunicações, etc.
Numa entrevista, Sinatra conta que, nas festas de Hollywood, as pessoas olhavam para o chão para não terem de o encarar. As mesmas pessoas que ele considerava serem suas amigas, agora, viravam-lhe a cara. Sinatra compreendeu que essas pessoas não eram amigas, eram pessoas com quem ele fazia negócios e que agora achavam que não tinham mais nada a ganhar com ele, e, portanto, evitavam-no. É a solidão de quem tem sucesso. No alto da montanha não há mais ninguém e o ar é rarefeito.
Com a recente “eleição” do novo líder comunista, vários comentadores compararam o partido a uma seita. A maneira secreta e sem contestação da sua eleição deixou essa dúvida no ar.
Marcelo I, o Viajado, deslocou-se ontem ao Catar. Muito tem viajado o nosso Presidente. Já se comenta que a diferença entre Deus e Marcelo é que Deus está em todo o lado e Marcelo estará. Acho sempre bem as visitas presidenciais que melhorem as relações entre países. Não é o caso.
Nunca fui membro do partido Iniciativa Liberal. Sigo a máxima grouchiana-marxista de que não posso ser membro de um partido que me aceita como membro. Por isso assisto ao actual momento de eleições internas como um outsider. Também não escondo que votei liberal nas duas últimas legislativas e que poucos partidos me deram tanta esperança na mudança possível. Sigo, pois, com acrescido interesse a disputa interna. Uma coisa que sempre me fascinou neste partido é que os seus membros iniciais acreditavam em ideologias. Num mundo em que o cinismo é elogiado, crer numa ideologia não é uma qualidade muito apreciada pela populaça.