Eduardo Cabrita esteve de facto envolvido em muitos casos, mas acabou por demonstrar uma qualidade de que agora tanto se fala, a resiliência. Estou muito de acordo com o que disse o nosso excelso primeiro-ministro, quando afirmou que “temos um excelente ministro da Administração Interna”.
O nosso sr. Ventura não é muito convincente, falta-lhe a presença física intimidante do velho Le Pen, esse sim, um facho à séria. Igualmente, quando pensamos em personagens como o Mussolini, que física e expressivamente era um personagem de ópera bufa, o sr. Ventura fica longe desse carisma. Mesmo o Trump ou o Bolsonaro são tão castiços na sua mediocridade que achamos que têm carisma.
E o que disse de tão insultuoso o sr. Noah? Nada de especial. Apenas se referia à nova lei que impede contactos entre empregador e empregados depois do horário laboral. O comediante até estava, de certa maneira, a elogiar essa peregrina lei. Mas, no fim da sua alocução, o sr. Noah disse em tom jocoso que esta lei iria diminuir a produção em Portugal e, de seguida, questionou-se sobre quais os produtos que iriam desaparecer do mercado, dado que não conhecia nada produzido nesse país. O que foi o homem dizer. Logo se levantaram inúmeros patriotas de sofá e das redes sociais a criticar o comediante por esta ofensa de lesa-pátria.
Mas, como tenho de falar de política, então aqui vai. A selecção de futebol é o espelho da nossa realidade política: um país com muitos talentos, governados por um técnico sem ambição. Um país que acha que empatar é uma vitória moral nunca será um país da primeira divisão das nações.
Como alguém que cresceu nos anos 70/80, já estou habituado às previsões pessimistas. Só eu já sobrevivi à iminente crise do petróleo que se ia esgotar, ao holocausto nuclear, às chuvas ácidas, ao arrefecimento global e à fome generalizada, provocada pelo crescimento populacional descontrolado. E, se pensar bem, ainda me lembrarei de outras crises que estavam previstas e que nunca se realizaram.
Mesmo à esquerda somos atacados e até o Bloco das irmãs Mortágua nos critica por contratarmos irmãos e irmãs. Só o partido Os Verdes é que percebeu que, como todos os governantes vêm da mesma casa, se poupa na utilização de veículos, o que é bom para o ambiente. Um governo que é amigo da família e do ambiente. Bravo.