Os integrantes do trio, o Sousa, o Silva e o Costa, descomprimiam animadamente e davam os parabéns uns aos outros. “Parabéns, Costa”, “Parabéns para ti também, ó Sousa”, “E parabéns também ao Silva”, “Parabéns ao Costa e ao Sousa”, e assim continuaram durante uns minutos, em autocongratulação em circuito fechado e repetitivo.
Este país é deveras divertido. Nada de muito especial acontece, mas conseguimos inventar crises onde não deveriam existir. Há uma maioria absoluta, não há nenhuma pandemia e as economias dos outros países recuperam. Tudo dentro da normalidade expectável, mas muita normalidade não é do nosso agrado.
Américo Thomaz adorava um bom banho de multidão. Chegava aos eventos no seu imponente Rolls-Royce presidencial, todo negro e reluzente, para que a populaça sentisse o peso da autoridade. O Rolls parava, o Jarbas corria a abrir a porta e de dentro do carro saía o almirante, impecável, todo de branco resplandecente, no seu uniforme de marujo medalhado. O povo acorria em grande número, delirava e aplaudia freneticamente.