Bielorrússia acusa Polónia de disparar junto à fronteira para expulsar migrantes
A Bielorrússia tem sido acusada desde há vários anos de estimular a migração clandestina em direção à União Europeia, para originar tensões entre a Polónia e os vizinhos Estados do Báltico.
A Bielorrússia acusou hoje as forças polacas de dispararem junto à fronteira comum para forçar migrantes a deixarem o território da Polónia, denunciando uma “perigosa provocação” num período de crescentes tensões bilaterais.
“Ultimamente, ocorreram diversos incidentes durante os quais os militares polacos conduziram estrangeiros para a fronteira com a Bielorrússia, forçando-os a atravessar através de uma porta prevista para animais”, alegaram os guardas fronteiriços bielorrussos no Telegram.
“Para intimidarem essas pessoas, os militares polacos apontaram as suas armas para os refugiados e dispararam acima das suas cabeças”, prosseguiram.
Declararam ainda que “a utilização por militares estrangeiros de armas na fronteira constitui uma premissa extremamente perigosa de um conflito fronteiriço”.
A Bielorrússia tem sido acusada desde há vários anos de estimular a migração clandestina em direção à União Europeia, para originar tensões entre a Polónia e os vizinhos Estados do Báltico.
Por sua vez, Minsk assegura que estes países europeus tratam de forma brutal e degradante quem tenta passar a fronteira.
As tensões agravaram-se entre a Bielorrússia e os seus vizinhos na sequência da invasão militar russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, com Minsk a acusar particularmente Varsóvia de preparar provocações militares.
Por sua vez, polacos e bálticos têm demonstrado inquietação pelo estacionamento na Bielorrússia de combatentes do Grupo paramilitar Wagner e têm exigido a sua retirada, já recusada pelo Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.