Costa desdramatiza veto de Marcelo na habitação e salienta papel do parlamento

Primeiro-Ministro assumiu estas posições no final de uma visita ao Centro Infantil António Marques, no Montijo

O primeiro-ministro desdramatizou hoje as consequências do veto do Presidente da República ao programa “Mais Habitação”, salientou a separação de poderes e defendeu que uma eventual confirmação do diploma pelo parlamento representa o regular funcionamento das instituições.

António Costa assumiu estas posições no final de uma visita ao Centro Infantil António Marques, no Montijo, depois de questionado pelos jornalistas sobre o veto presidencial ao programa “Mais Habitação” – conjunto de medidas que partiram do seu Governo.

“Para que o Estado funcione bem, cada um deve estar no seu próprio galho e fazer aquilo que lhe compete. No processo legislativo, o Governo tem sobre algumas matérias competências próprias. Em outras matérias, a competência é da Assembleia da República e o Governo apenas propõe. Depois, o senhor Presidente da República tem também as suas competências próprias – e nós devemos respeitar todas as competências unas dos outros”, acentuou.

Neste ponto, António Costa fez mesmo questão de frisar que Marcelo Rebelo de Sousa, após ter vetado o diploma, afirmou que o parlamento era livre e soberano em matéria de decisão. E a seguir, neste mesmo contexto, desdramatizou as diferenças de posição num sistema democrático, argumentando que as divergências, por vezes, verificam-se mesmo entre socialistas, ou entre membros do Governo e autarcas do PS.

“Portanto, o Presidente da República ter uma opinião distinta de quem é maioria na Assembleia da República é perfeitamente normal. É o regular funcionamento das instituições democráticas”, sustentou, numa alusão à possibilidade de a maioria do PS na Assembleia da República confirmar o diploma antes vetado pelo chefe de Estadio.