Lula da Silva volta a pressionar Banco Central para novo corte nas taxas de juros
Presidente brasileiro verbalizou insatisfação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sem o nomear, afirmando que “aquele cidadão” deve “entender que o dinheiro que existe no país tem que circular e estar nas mãos de muitas pessoas”.
Lula da Silva voltou a pressionar hoje o Banco Central e exigiu uma nova redução das taxas de juros, para que o dinheiro circule entre os pobres e acelere o crescimento da economia.
“O dinheiro tem que estar nas mãos de quem produz, de quem trabalha”, porque é assim que “se gera mais emprego, mais comércio” e a economia avança, declarou Lula da Silva na cidade de Fortaleza, onde anunciou novos planos de microcrédito para trabalhadores urbanos e rurais.
Como tem feito em outras ocasiões, o presidente brasileiro verbalizou insatisfação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sem o nomear, afirmando que “aquele cidadão” deve “entender que o dinheiro que existe no país tem que circular e estar nas mãos de muitas pessoas”.
No início de agosto, depois de um ano sem alterar a taxa básica de juros, o Banco Central brasileiro reduziu o juro de referência de 13,75% para 13,25% ao ano, níveis que terá de rever dentro de alguns dias, e que, segundo Lula da Silva, ainda são muito altos.
“Eles [juros] ainda estão muito altos, é muito, e temos que baixá-los ainda mais”, declarou o presidente brasileiro numa cerimónia que reuniu centenas de trabalhadores.
Após a sua última reunião, o Banco Central indicou que pretende continuar com os cortes de juros nas próximas revisões.
Lula da Silva também criticou uma lei aprovada em 2021, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estabeleceu a autonomia do Banco Central.
“O chefe do Banco Central foi nomeado pelo Governo anterior e agora ele é autónomo e não conversa comigo”, declarou Lula da Silva, que destacou que, como presidente do país, não pode mais interferir nas decisões do órgão emissor.
No entanto, Lula da Silva garantiu que o Governo, através dos bancos públicos, “continuará a ajudar os mais pobres” com créditos a taxas preferenciais, uma vez que o seu compromisso fundamental é com aqueles “que mais precisam.”