Fogo em Proença-a-Nova causou prejuízos de 5,5 milhões de euros e destruiu 5.315 hectares

Entre os prejuízos, contabiliza-se o investimento necessário para recuperar as infraestruturas afetadas, para controlar a erosão, tratar e proteger encostas, para prevenir a contaminação e assoreamento e recuperação de linhas de água.

O incêndio que deflagrou no dia 4 no concelho de Castelo Branco e que progrediu para Proença-a-Nova causou neste último concelho prejuízos de 5,5 milhões de euros e destruiu 5.315 hectares de floresta.

“Não obstante todo o trabalho que desenvolvemos, este incêndio afetou uma área de 5.315 hectares, que, após levantamento realizado pelos serviços do município, se totalizam em prejuízos no valor de 5.550.297 euros”, anunciou o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo.

Segundo este autarca do distrito de Castelo Branco, o valor calculado divide-se em três áreas fundamentais: necessidades de intervenções de estabilização de emergência pós-incêndio – 2.683.576 euros, mais a intervenção em vias pavimentadas – 1.696.448 euros.

Os equipamentos municipais afetados totalizam 169.306 euros e, os bens privados, 1.000.966 euros.

Para já, o executivo deu conhecimento à Câmara, na segunda-feira, da 6.ª Alteração ao Orçamento e Grandes Opções do Plano, “tendo sido criada uma nova rubrica para os apoios imediatos às populações no valor de 90 mil euros”.

O executivo municipal anunciou ainda que vai remeter ao Governo o pedido de apoio para se operacionalizar todas as despesas apresentadas.

Entre os prejuízos, contabiliza-se o investimento necessário para recuperar as infraestruturas afetadas, para controlar a erosão, tratar e proteger encostas, para prevenir a contaminação e assoreamento e recuperação de linhas de água.

As infraestruturas públicas, como sinalética dos percursos pedestres, das pistas de enduro, das pistas de voo livre, da via ferrata, sinalização rodoviária, contenção dos prejuízos em termos de biodiversidade e os bens privados que incluem animais, árvores de fruto, tubagens de rega, palheiros e anexos agrícolas, utensílios, ferramentas e maquinaria agrícolas, alimentação animal estão também contabilizados.

João Lobo realçou a importância da limpeza dos 100 metros da faixa de proteção dos aglomerados populacionais e o pioneirismo do concelho de Proença-a-Nova na criação de regulamento de reconversão de áreas florestais em áreas agrícolas em 2018, para as áreas de gestão de combustível nos 100 metros em torno dos aglomerados populacionais.

Atualmente, o concelho tem realizadas oito intervenções do “Condomínios de Aldeia” e tem em candidatura mais oito operações.

“Temos ainda aprovadas quatro AIGP (Áreas Integradas de Gestão da Paisagem), que totalizam uma área de cerca de 7.200 hectares”, sublinhou o autarca.

O incêndio que deflagrou no dia 4 no concelho de Castelo Branco progrediu para o concelho de Proença-a-Nova e entrou em fase de resolução passados dois dias.

Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os incêndios rurais registados em Odemira e Castelo Branco no início de agosto representam mais de metade do total de área ardida em Portugal em 2023.

De acordo com as estatísticas mais recentes do ICNF, que contabilizam já a primeira quinzena de agosto, Portugal registou desde 1 de janeiro deste ano 27.802 hectares de área ardida e 6.085 incêndios rurais, o que se traduz no segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o quarto em termos de área ardida desde 2013.

O incêndio que deflagrou em São Teotónio, no concelho de Odemira, a 5 de agosto, é o maior registado em Portugal este ano, ao consumir pelo menos 7.530 hectares de terreno, enquanto o fogo registado em Sarzedas, concelho de Castelo Branco, também este mês, levou a um total de 6.553 hectares de área ardida.