China alerta agricultores para possibilidade de mais inundações

Chuvas sem precedentes em 140 anos deixaram mais de 30 mortos em Pequim nas últimas semanas e pelo menos 29 na província de Hebei, que circunda a capital.

As autoridades agrícolas chinesas exortaram esta segunda-feira os agricultores e os governos locais a “intensificarem as medidas de prevenção”, face a nova vaga de chuvas torrenciais que deve atingir grande parte do país nos próximos dias.

O Centro Meteorológico Nacional da China prevê chuvas moderadas a fortes para o centro e leste da China e nas províncias do nordeste de Heilongjiang, Jilin e Liaoning, que já sofreram fortes inundações no início deste mês.

O Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais alertou que as chuvas podem inundar novamente os campos de cereais e dificultar os esforços para recuperar as plantações danificadas.

O organismo pediu aos departamentos agrícolas que “trabalhem em estreita colaboração com os centros meteorológicos locais” e se “preparem para fortes chuvas”, e organizou técnicos e outros especialistas para “desenvolverem planos de emergência e aumentarem o fornecimento de materiais agrícolas”.

O ministério apelou ao envio de alertas por telemóvel, televisão e rádio aos cidadãos que possam ser afetados e incentivou as autarquias locais a “fornecerem bombas de água e combustível”, a “limparem previamente os canais de drenagem das quintas” e “a reforçarem os currais dos animais”.

A necessidade de preparação ficou clara no início deste mês, quando as chuvas torrenciais causadas pelos tufões Doksuri e Khanun danificaram plantações de arroz no nordeste do país.

A Administração Nacional de Revitalização Rural permitiu que as autoridades locais “reduzam a burocracia” para proteger os agricultores da falência, de acordo com o jornal em língua inglesa China Daily.

Para evitar perturbações no abastecimento alimentar do país, o ministério apelou às províncias do sul, menos afetadas pelas cheias, para aumentarem a produção de hortícolas este inverno, através do uso de terras agrícolas desocupadas, e enviarem hortícolas para o norte, visando preencher a lacuna causada pelas grandes inundações.

A China tem menos de 9% das terras aráveis do planeta, apesar de a sua população representar 18% do total mundial.

Chuvas sem precedentes em 140 anos deixaram mais de 30 mortos em Pequim nas últimas semanas e pelo menos 29 na província de Hebei, que circunda a capital.

Em 2021 e 2022, chuvas de intensidade sem precedentes em décadas no centro do país causaram mais de 300 mortos, enquanto secas persistentes afetaram zonas mais a sul.